Reportagem por Luis Felipe Granado
No aniversário de 456 anos da cidade do Rio, comemorado em primeiro de março, o Governo do Estado, anunciou o programa Palácios do Povo. A partir do próximo sábado (06/03), os palácios Guanabara e das Laranjeiras abrem suas portas para visitação e entram para o roteiro cultural do Rio de Janeiro.
As visitas acontecerão aos sábados, das 9h às 17h. Os passeios terão duração de 40 minutos a 1h20, e serão guiadas por estudantes e instrutores do curso Técnico em Guia de Turismo do Senac RJ. O governo espera receber mais de 310 pessoas por dia.
– “Os palácios do governo são de todos. Abri-los para visitação pública é aproximar o povo da história do Estado do Rio de Janeiro e do Brasil. Por isso, queremos ampliar a iniciativa e disponibilizar mais dias de visitação nos próximos meses.”, anunciou o governador em exercício, Cláudio Castro.
Portal para inscrições e visita virtual
As inscrições precisam ser feitas pelo portal www.palaciosdopovo.rj.gov.br, criado pelo governo do estado para que o público possa agendar a visita com antecedência. Além disso, no site é possível realizar um tour virtual em alguns dos espaços históricos dos palácios. Um aplicativo para celulares está em desenvolvimento.
Cuidados contra a Covid-19
Durante os passeios, deverão ser seguidos todos os protocolos sanitários de prevenção à propagação da Covid-19. Será obrigatório o uso de máscara e o distanciamento de pelo menos 1 metro entre as pessoas.
No Palácio Guanabara, a visitação pode ser guiada ou livre, e terá capacidade para 30 pessoas por hora. Já no Palácio das Laranjeiras, será guiada apenas e cada grupo pode ter até 20 pessoas
“É preciso oferecer atrações culturais diversas e com segurança para a população, garantindo uma retomada responsável da cultura e da economia criativa fluminense”, explicou a secretária de Cultura, Danielle Barros.
456 anos de história
No dia 1º de março de 1565, Estácio de Sá fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro em resposta às invasões francesas. Em 1763, a capital do Brasil foi transferida de Salvador, na Bahia, para o Rio de Janeiro. A era do ouro exigia uma capital mais próxima das minas, e ao mesmo tempo perto do mar. A Cidade Maravilhosa era a candidata perfeita. A vila que contava apenas com ruelas conectando as igrejas, o Paço Imperial e o mercado de peixes, começou a ganhar os contornos da metrópole que viria a se tornar.
Com a chegada da família imperial, em 1808, e a elevação da cidade à condição de capital do Reino Unido de Portugal e Algarve, o Rio se tornou o centro administrativo de todo o Império Português, status que permaneceu até 1821.
Após a independência, em 1822, a cidade continuou sendo capital do Brasil, e manteve a modernização até seu auge na Belle Époque brasileira. A importância da cidade fez com que nesse período fossem construídos palácios, igrejas, museus, bibliotecas, fortalezas, aquedutos e estádios.
A Belle Époque Tropical
A Era Dourada, ou Belle Époque brasileira, é inspirada no movimento francês baseado no impressionismo e no art nouveau. O que artistas como Monet e Renoir pintavam nas telas em Paris, influenciava arquitetos como Armando Carlos da Silva Telles e José Maria Jacinto Rebelo no Rio. O emprego de cores vivas e ornamentos com curvas sinuosas deu o tom às construções da época.
Nesse ciclo, que teve início em 1870, a cidade viveu o ápice da cultura, das artes e da tecnologia, culminando na Semana de Arte Moderna em 1922. Essa inspiração rendeu à cidade edificações icônicas como o teleférico do Pão de Açúcar, a Avenida Central – atual Rio Branco, o Theatro Municipal, e o Museu Nacional de Belas Artes, entre outros, que dão ao Rio a identidade atual.
Entre essas edificações, estão prédios que hoje funcionam como sedes administrativas do governo do Estado, como por exemplo, o Palácio Guanabara e o Palácio Laranjeiras.
Palácio Guanabara
Localizado em Laranjeiras, na Rua Pinheiro Machado, o antigo Palácio Isabel recebeu esse nome enquanto foi residência da princesa Isabel, de 1865 até 1889. A ilustre moradora tinha acesso direto à Praia do Flamengo, pela Rua Paissandu, que foi ornada com uma fileira dupla de palmeiras imperiais para que a princesa pudesse caminhar até a beira-mar pela sombra.
Com o fim da monarquia, o edifício se tornou residência oficial dos presidentes da recém-proclamada República. Desde Hermes da Fonseca, até Getúlio Vargas, em 1945, o palácio foi palco das decisões que traçaram os rumos do país. Já na década de 50, tornou-se sede da prefeitura do Rio e, com a transferência da capital para Brasília, abrigou a sede do governo estadual, função que acumula até os dias de hoje.
Pelo programa Palácios do Povo é possível reviver essa história. A visitação tem início pelo Salão Nobre, onde aconteciam as grandes festas da aristocracia, reuniões, jantares e saraus com música e poesia. Hoje, o Salão é o lugar onde são realizados eventos com autoridades do Estado.
Na sequência, a visita segue para a Sala Estácio de Sá, ou “sala pé de moleque”, apelido que ganhou após as obras de restauração entre 2008 e 2011. Em meio às escavações da manutenção, foi descoberto o piso antigo, acomodado pelos filhos dos escravos, que eram chamados de “moleques”. Para realçar a beleza do calçamento, foi colocada uma camada de vidro por cima do piso, preservando as origens do prédio. Como se não bastasse, a sala de espera abriga um acervo de pinturas cedidas pelos Museus do Estado do Rio de Janeiro.
Por fim, é possível caminhar pelo jardim de inverno do Palácio. O trajeto inclui uma passagem pelo chafariz revestido por ladrilhos hidráulicos turcos e adornado por uma fonte decorada com dois botos cinza. Os animais estão presentes também no brasão da cidade, e são considerados mensageiros do Novo Mundo. Já no jardim aberto, desenhado pelo paisagista francês Paul Villon, no início do século XX, o que salta aos olhos é o Chafariz de Netuno, obra de autoria de Gabriel Dubray e fabricada na mais importante fundição do século XIX, a francesa Val d’Osne. Palmeiras imperiais dividem o espaço com árvores frutíferas exóticas, como o caqui preto, o pêssego-da-índia e o olho-de-dragão.
Além do tour, o Palácio Guanabara também receberá todos os sábados apresentações musicais e feiras de agricultores familiares. Para a estreia do programa, no próximo sábado, haverá um espaço de doação de animais de estimação.
“O Palácios do Povo é uma importante iniciativa para o turismo no Rio de Janeiro. O visitante, que passava em frente ao Palácio Guanabara e só conseguia tirar foto da fachada, agora poderá entrar e conhecer mais a sua história” afirmou o secretário de Turismo, Gustavo Tutuca.
Palácio Laranjeiras
Também localizado no bairro de Laranjeiras, a duas quadras do Palácio Guanabara, o edifício do Palácio Laranjeiras é usado atualmente como residência oficial dos governadores do estado. Construído entre 1909 e 1913 a 25 metros de altura, o prédio originalmente acomodava a família Guinle, proprietária da Companhia Docas de Santos, responsável por administrar o porto de Santos. Os Guinle fundaram ainda o icônico Copacabana Palace Hotel.
A arquitetura se inspira no cinematográfico Cassino de Monte Carlo, em Mônaco, projetado por Charles Garnier, o mesmo arquiteto que desenhou o prédio da Ópera de Paris, o que demonstra a influência da Belle Époque francesa. No primeiro piso encontram-se oito salões sociais, ambientados com trabalhos de vários artistas europeus. Escultores como Georges Gardet, especialista em esculturas de leões, e Émile Guillaume, além de pintores como Nardac e Georges Picard. No segundo pavimento ficam as dependências reservadas para o lazer e o estudo. O acesso se dá por suntuosas escadarias ou por um dos primeiros elevadores privados a funcionar na América Latina.
Em 1946 a União adquiriu o Palácio por 27,5 milhões de cruzeiros, devido sua localização estratégica, próximo também ao Palácio do Catete, sede do então Poder Executivo Federal. Nesse período, a edificação foi utilizada para receber autoridades estrangeiras e brasileiras como os ex-presidentes Charles de Gaulle, da França, Harry Truman, dos Estados Unidos, Fidel Castro, de Cuba e o Papa João Paulo II. Além de estrelas do mundo artístico como Louis Armstrong, Marlene Dietrich e David Niven, e o escritor Aldous Huxley.
Até ser cedido ao governo do estado do Rio, em 1974, o Palácio não só foi residência do presidente Juscelino Kubitschek, como também protagonizou momentos que ficaram para sempre eternizados na nossa história. O Laranjeiras foi palco da anunciação do AI-5, na noite de 13 de dezembro de 1968, e também serviu de quartel-general para a campanha das Diretas Já, que clamava pela volta da democracia.
Com o projeto Palácios do Povo os visitantes podem refazer os passos dessas personalidades. O tour inclui o Salão Luís XIV, o elevador, a Sala de Jantar, a Sala de Música que abriga o famoso piano inspirado no cravo de Maria Antonieta, e muito mais.
“Poder entrar no Palácio Laranjeiras e conhecer os cômodos e sua arquitetura é uma experiência inesquecível”, afirmou o secretário de Turismo, Gustavo Tutuca.
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